Porque te arrastas?
_____________ Alma de Dor
Porque te obrigas à cedência?
_____________ Olho de Mar
Quando será a hora do salto?
_____________ Silêncio Negro
E como (como!!) existes nessa caixa
_____________ Irmão preso
É caixa feia a que te contém
Sem linhas, sem simetria, sem substância
É feita por ti...? – É.
Porque é que existes?
_____________ Desejo de efémero
domingo, 6 de fevereiro de 2011
ELA II
GEOGRAFIA
| Espelho meu na alma
| E a invisibilidade das rugas desaparece
São desenhos de rios secos
Onde a água nunca quis viver
São crateras de lua triste
Castigos caídos do vento negrume
| A pele quando seca, nasce outra?
| A ciência diz que sim; o coração é-lhes ateu
O doloroso brilho de quem jaz em pé
Numa caverna que não ouve
Apalpando essa lenta visão
Murmurando "não te sinto o calor"
| A alma espelha-se em mim
| O que eram rugas, desapareceram
| E a invisibilidade das rugas desaparece
São desenhos de rios secos
Onde a água nunca quis viver
São crateras de lua triste
Castigos caídos do vento negrume
| A pele quando seca, nasce outra?
| A ciência diz que sim; o coração é-lhes ateu
O doloroso brilho de quem jaz em pé
Numa caverna que não ouve
Apalpando essa lenta visão
Murmurando "não te sinto o calor"
| A alma espelha-se em mim
| O que eram rugas, desapareceram
WHAT THINGS ARE
My slightly unfortunate soul
What torns crawl up your body today?
Redish blood flows in your space
And space is dissolved in your thoughts
The ache of thinking gets loud
The rope becomes gently tighter
My torn runs deeply within
And it is older than me
This sum of all that is gray
Walks hand in hand with the dust
And the excruciating beauty of a leaf
Becomes an oldman’s dying wish
Your fortune is indeed inexistent
I weep and regoice for your nightless day
What torns crawl up your body today?
Redish blood flows in your space
And space is dissolved in your thoughts
The ache of thinking gets loud
The rope becomes gently tighter
My torn runs deeply within
And it is older than me
This sum of all that is gray
Walks hand in hand with the dust
And the excruciating beauty of a leaf
Becomes an oldman’s dying wish
Your fortune is indeed inexistent
I weep and regoice for your nightless day
COMO VAIS, MEU PAÍS
Que festa
desgraçada
é esta
que é dada
em honra
da pátria
que está fraca
e moribunda?
Não tem um tostão
para pagar a operação
que cure a doença
essa sua sentença,
a sua condenação.
Desaparece como mármore,
fortalece como a pena,
é o mundo em que existes,
é a vida que assistes,
é o desespero que toma conta,
é a vida que se desmonta.
O mal é profundo
nesse teu mundo
com gente triste
de defesas em riste
prontas a partir
apenas para não sentir
o odor nauseabundo
do teu mal profundo.
Que diversão
está só
na solidão
do ruim existir
seco de alma
podre de ideias
caído no chão
desgraçada
é esta
que é dada
em honra
da pátria
que está fraca
e moribunda?
Não tem um tostão
para pagar a operação
que cure a doença
essa sua sentença,
a sua condenação.
Desaparece como mármore,
fortalece como a pena,
é o mundo em que existes,
é a vida que assistes,
é o desespero que toma conta,
é a vida que se desmonta.
O mal é profundo
nesse teu mundo
com gente triste
de defesas em riste
prontas a partir
apenas para não sentir
o odor nauseabundo
do teu mal profundo.
Que diversão
está só
na solidão
do ruim existir
seco de alma
podre de ideias
caído no chão
A HISTÓRIA MORALISTA
Quatro loucos juntaram-se numa sala. Dois deles mataram-se um ao outro. Os restantes dois lutaram entre eles e na luta perderam uma perna e quatro dedos. A perna e os quatro dedos ficaram amigos. Em cima dos cadáveres dos dois loucos mortos fizeram uma festa, mas os outros dois loucos sem uma perna e sem quatro dedos não gostaram: pegaram nos membros cortados e colaram-nos de novo aos seus corpos. Mas os quatro dedos e a perna continuaram amigos, apesar dos loucos se odiarem.
Porquê?
A amizade perdurou porque a colagem tinha sido feita ao contrário: um louco acabou por ficar com três pernas e o outro com 14 dedos.
Porquê?
A amizade perdurou porque a colagem tinha sido feita ao contrário: um louco acabou por ficar com três pernas e o outro com 14 dedos.
M|E|R|D|A
Mortes encapuçadas riem da arte
Mentem em regra, destroem ar
Mais estragam rios de amor
Menos elucidam rolhas de autoridade
Molestam estes ramos da Árvore
Maltratam enraivecidos restos da alma
Mastigam estrume ruminando de alguém
Modificam empresas resistentes dos arrojados
Morfina essencial regressa da antropofagia
Mostra então ruas desenhadas anteriormente
Mundo estragado, risca-te de altruísmo
Merda enganadora, roga-te de azar
Mentem em regra, destroem ar
Mais estragam rios de amor
Menos elucidam rolhas de autoridade
Molestam estes ramos da Árvore
Maltratam enraivecidos restos da alma
Mastigam estrume ruminando de alguém
Modificam empresas resistentes dos arrojados
Morfina essencial regressa da antropofagia
Mostra então ruas desenhadas anteriormente
Mundo estragado, risca-te de altruísmo
Merda enganadora, roga-te de azar
APARIÇÃO
AO TEMPO
Tempo que passa, não passa
Dá que pensar
Impulsos caprichos de uma roda dentada
Lavas-te, levas-te
Brinca com os sentidos
Sete deles que dançam na minha mão, braço, corpo.
Passa, não passa
É rápida a demora
Viajante, pupilo, corredor de sofrimento
Quero que alcances o pleno
(não, não quero, não sei)
Segundo, dá-me razão, faz esquecer
Adia a minha hora, minuto exacto
Tempo que passa, nunca para
Nunca pensa
Caminha para o fim...
Dá que pensar
Impulsos caprichos de uma roda dentada
Lavas-te, levas-te
Brinca com os sentidos
Sete deles que dançam na minha mão, braço, corpo.
Passa, não passa
É rápida a demora
Viajante, pupilo, corredor de sofrimento
Quero que alcances o pleno
(não, não quero, não sei)
Segundo, dá-me razão, faz esquecer
Adia a minha hora, minuto exacto
Tempo que passa, nunca para
Nunca pensa
Caminha para o fim...
ALMA
ÚNICO (?)
Serei o único?
Serei aquele alguém
Em que ninguém existe?
Tântalo das ilusões
Com frutos de plástico
E água seca
Não me oiço
Não vejo a minha batida
Ocupo espaço dobrado
retorcido
despolido
Combino com a montanha falsa
Trago em mim colunas ingénuas
Caio constantemente no surdo ruído
Sou poeira oca no deserto
Em que o vento não limpa
A mancha que mancha o já manchado
Serei aquele alguém
Em que ninguém existe?
Tântalo das ilusões
Com frutos de plástico
E água seca
Não me oiço
Não vejo a minha batida
Ocupo espaço dobrado
retorcido
despolido
Combino com a montanha falsa
Trago em mim colunas ingénuas
Caio constantemente no surdo ruído
Sou poeira oca no deserto
Em que o vento não limpa
A mancha que mancha o já manchado
sábado, 5 de fevereiro de 2011
ELA I
Materializa-se o centro
Nasce a perfeição
Apareces tu
Com a tua singela presença
Paraíso dos paraísos!
Elevo-me, num fulgor de ritmos
Sorriso que fala todas as cores
Que com subtis movimentos
Triunfa sobre o meu deserto
Desmaio nesses olhos abismais
Cuja profundidade das sensações
Leva-me à mais saborosa das quedas
Brilhas com dourada intensidade
Encadeias sem qualquer perdão
E vences ao competir com o sol
Deleito-me com o teu rio
Tombo com a tua corrente
Morro no teu não...
Nasce a perfeição
Apareces tu
Com a tua singela presença
Paraíso dos paraísos!
Elevo-me, num fulgor de ritmos
Sorriso que fala todas as cores
Que com subtis movimentos
Triunfa sobre o meu deserto
Desmaio nesses olhos abismais
Cuja profundidade das sensações
Leva-me à mais saborosa das quedas
Brilhas com dourada intensidade
Encadeias sem qualquer perdão
E vences ao competir com o sol
Deleito-me com o teu rio
Tombo com a tua corrente
Morro no teu não...
DECISÕES
Decido que a onda
Coberta de razão
Deve ser observada
Decido que os faróis
Devem passar a sentir
A dor de quem chamam
Decido a alteração
Das proporções do ar
Que já não respiro
Decido pelo egoísmo
No altruísmo emocional
Por este ser o teu
Decido às decisões
A anulação do ponderar
Triste destino
Não o decido
...
Coberta de razão
Deve ser observada
Decido que os faróis
Devem passar a sentir
A dor de quem chamam
Decido a alteração
Das proporções do ar
Que já não respiro
Decido pelo egoísmo
No altruísmo emocional
Por este ser o teu
Decido às decisões
A anulação do ponderar
Triste destino
Não o decido
...
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
ETERNO RETORNO
Um ser que se ri mal
. És desajeitado e pobre
Passa do sangue para o sangue
. És cubo sem dimensão
Livro-me do meu que foi teu e retorno a ninguém
Longe estão as peças no tecto basilar
. És cobra mamífero
E perto se encontra o coração em treze
. És razão enlouquecida
Faço de ti o alguém que me pertenceu
Riscas na testa sem cor
. És dor que suporto
Feridas no ferro sem pele
. És o erro que exibo
Torno-me doença que te ressuscita para a morte
. És desajeitado e pobre
Passa do sangue para o sangue
. És cubo sem dimensão
Livro-me do meu que foi teu e retorno a ninguém
Longe estão as peças no tecto basilar
. És cobra mamífero
E perto se encontra o coração em treze
. És razão enlouquecida
Faço de ti o alguém que me pertenceu
Riscas na testa sem cor
. És dor que suporto
Feridas no ferro sem pele
. És o erro que exibo
Torno-me doença que te ressuscita para a morte
Subscrever:
Mensagens (Atom)