Que festa desgraçada é esta que é dada em honra da pátria que está fraca e moribunda?
Não tem um tostão para pagar a operação que cure a doença essa sua sentença, a sua condenação.
Desaparece como mármore, fortalece como a pena, é o mundo em que existes, é a vida que assistes, é o desespero que toma conta, é a vida que se desmonta.
O mal é profundo nesse teu mundo com gente triste de defesas em riste prontas a partir apenas para não sentir o odor nauseabundo do teu mal profundo.
Que diversão está só na solidão do ruim existir seco de alma podre de ideias caído no chão
Quatro loucos juntaram-se numa sala. Dois deles mataram-se um ao outro. Os restantes dois lutaram entre eles e na luta perderam uma perna e quatro dedos. A perna e os quatro dedos ficaram amigos. Em cima dos cadáveres dos dois loucos mortos fizeram uma festa, mas os outros dois loucos sem uma perna e sem quatro dedos não gostaram: pegaram nos membros cortados e colaram-nos de novo aos seus corpos. Mas os quatro dedos e a perna continuaram amigos, apesar dos loucos se odiarem.
Porquê?
A amizade perdurou porque a colagem tinha sido feita ao contrário: um louco acabou por ficar com três pernas e o outro com 14 dedos.
Mortes encapuçadas riem da arte Mentem em regra, destroem ar Mais estragam rios de amor Menos elucidam rolhas de autoridade
Molestam estes ramos da Árvore Maltratam enraivecidos restos da alma Mastigam estrume ruminando de alguém Modificam empresas resistentes dos arrojados
Morfina essencial regressa da antropofagia Mostra então ruas desenhadas anteriormente Mundo estragado, risca-te de altruísmo Merda enganadora, roga-te de azar
Toca música que só eu oiço Aparecem flores de intenso cheiro O lugar cobre-se de veludo Arte aparece onde não havia A luz ecoa por todo o espaço As cores saltam que nem doidas O calor abraça-me
Foste tu que de repente apareceste E a tua aparição atinge-me como uma ferida Doce ferida...
Impulsos caprichos de uma roda dentada Lavas-te, levas-te Brinca com os sentidos Sete deles que dançam na minha mão, braço, corpo.
Passa, não passa É rápida a demora
Viajante, pupilo, corredor de sofrimento Quero que alcances o pleno (não, não quero, não sei) Segundo, dá-me razão, faz esquecer Adia a minha hora, minuto exacto
Tempo que passa, nunca para Nunca pensa Caminha para o fim...
Alma És me inútil Dediquei-me a aperfeiçoar-te E tu em nada me aperfeiçoas És muda, és carvão Deixa-te ser admirada Pois és círculo de Giotto Deixa-te ser abraçada Porque podes oferecer lar Deixa-te ser lida Pois tens estrofes a serem apreciadas Não te enclausures Não nos suicides